quinta-feira, 1 de abril de 2010

Big Brother Brasil


A autoria do texto abaixo é de Pedro Fernandes, ex-colega de faculdade. Achei muito interessante e resolvi postá-lo.

"Anda pelas caixas de e-mails, pelo menos na minha chegou, um cordel produzido (pelo menos assim está atribuída a autoria) por Antonio Barreto acerca do programa Big Brother Brasil. Bem, houve uma edição do programa, a primeira, que consegui acompanhar de cabo a rabo; da segunda em diante criei uma aversão ao programa; agora na décima edição, revejo alguns pontos dessa minha aversão - que em muitos se assemelham ao grito de Antonio Barreto.

Não quero defender o programa. Ele é nocivo, disso não tenho dúvidas. Mas também não tenho dúvidas de que o tal zoológico humano que o cordelista fala ("um zoológico humano/ Onde impera a esperteza/ A malandragem, a baixeza:/ Um cenário sub-humano") é o retrato cada vez mais fiel a que estamos reduzidos: tirando toda mutreta que rola entre participantes e diretor do programa a fim de fabricar situações para audiência, o Big Brother é o que somos - a malandragem, a baixeza, a esperteza. Não que eu esteja tão descontente com a figura humana a ponto de total descrédito nela, mas é que, bater de frente com uma realidade que é cada vez mais bestial como essa que vivemos me parece tarefa fadada ao fracasso. Também não estou com isso, repito, escrevendo um discurso de defesa, mas creio que, antes de bater de frente com isso, o caminho que devemos ver é o que levou-nos a isso. Programas como Big Brother entre outros besteiróis oferecidos de bandeja a nós devem ser tomados como matéria de investigação de nossas condições; bater de frente parece querer esconder o lixo pra debaixo do tapete, criar um outro mundo de fantasia de que isso é errado e, portanto, deve ser evitado a todo custo. No fundo aqueles que assim resistem não deixam de dar sua espiadinha, ainda que num zapping mais longo que o normal pela TV".

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